Recortes de trechos das pregações do Frei Gilson, que é membro da congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, têm sido propagados por movimentos políticos conservadores, que se associaram ao religioso, e se tornado alvo de embates entre grupos políticos da direita e da esquerda.
A crítica do setor progressista é a associação do frade com a produtora Brasil Paralelo, conhecida por uma linha editorial conservadora. Uma nota assinada pelo presidente da bancada católica Luiz Gastão (PSD-CE), afirma que as críticas ao sacerdote representam “um desrespeito à nossa Santa Igreja e a todos os cristãos”.
“A fé cristã nunca se curvou à perseguição e não será diferente agora. Minha solidariedade a ele e a todos que defendem os valores de Deus e da família”, saiu em defesa do frei o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também saiu em defesa do sacerdote. Ele sugeriu que os ataques vinham de pessoas que "odeiam Cristo" e "não aceitam que outros se aproximem de Deus".
O frade de 38 anos, que lidera o grupo de evangelização musical 'Som do Monte' e é próximo da rede conservadora Canção Nova, tem 6,4 milhões de seguidores no YouTube e mais 7,3 milhões no Instagram. O ministro de Lula, André Fufuca (PP), também saiu em defesa do religioso. “A religião transcende ideologias e partidos políticos. Criticar a fé ou os religiosos, de qualquer crença, é um desvio do que realmente importa: a busca pela união, pelo amor e pela paz. O mundo precisa de mais diálogo e menos divisões. Minha solidariedade ao frei Gilson”, disse.O deputado André Janones (Avante-MG) projeta que as críticas da esquerda trarão prejuízo eleitoral para 2026. “Não basta ser rejeitado pelos evangélicos, vamos fazer uma cruzada contra os católicos também, aí a gente se elege só com o votos dos ateus em um país em que quase 80% da população é católica ou evangélica. Que tal?”, afirmou.
“Primeiro foi o livro ‘Café com Deus pai’ (livro mais vendido do país há 4 anos, com 9 vezes mais vendas do que o segundo colocado), agora o frei da Igreja Católica. Incrível como a arrogância do nosso campo se sobrepõe, mesmo com impopularidade e uma derrota cada vez mais real em 2026", continuou Janones.“O cara mete 4 milhões de pessoas em uma live quatro da manhã e representa a maior religião do país, e a gente ao invés de mudar a pauta e conseguir conquistar esses mesmos eleitores por outro flanco, a gente parte pra cima daquele que, gostemos ou não, os representa e tem a admiração dos fiéis, que (olha que surpresa) também são eleitores. Cada dia mais tenho certeza que merecemos o que estamos vivendo. Toda desgraça é pouca pra gente burra e arrogante”, concluiu o parlamentar.