O texto em epígrafe, vem nos mostrar que mesmo diante a tantas adversidades que passamos nesta vida, temos que nos sentir seguros com Cristo neste mar que não cessa suas ondas turbulentas.
Enquanto Jesus se despedia da multidão, ordenou que seus discípulos entrassem no barco no mar da Galiléia.
Já era tarde da noite e subiu ao monte para orar à parte. Enquanto estava neste mundo, Ele frequentemente procurava estar a sós com Deus (Mc. 1.35). O barco onde estavam alguns discípulos já havia se afastado da costa cerca de quase seis quilômetros, sendo açoitado pelas ondas. Mas, à quarta vigília da noite (entre 3 e 6 horas da manhã), Jesus foi ao encontro deles caminhando por cima do mar.
E os discípulos, vendo-o caminhar sobre o mar, espantados achando ser um fantasma e gritaram com medo. Jesus, logo disse: Tende bom ânimo, sou Eu; não temais. Pedro respondeu-lhe: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. Disse Jesus: Vem. Pedro desceu do barco e andou por cima do mar ao encontro com Ele.
Neste momento Pedro sentiu o vento forte, tendo medo começou a afundar.
Logo clamou, dizendo: Salva-me Senhor! Jesus movido de compaixão e usando de uma gentil repreensão pela falta de segurança e fé do discípulo, estendeu-lhe a mão segurou-o e disse: Homem de pequena fé, porque duvidaste?
Imediatamente os dois subiram para o barco, cessou-se o vento e todos que ali estavam, aproximaram-se de Jesus, adorando-o reconhecem que verdadeiramente era o Filho de Deus. (Mt. 14. 22-33)
Nesta vida, há muitas coisas que nos traz medo, às vezes até mesmo pavor e insegurança.
Mas, frequentemente nas Escrituras, Deus ou Jesus Cristo nos encoraja através de suas palavras alentadoras: “Não temais” (Js.1.9; 2Rs. 19.6; 2Cr. 20.15; Ne. 4.14; Sl. 49; 91; Lc. 12.4; Jo.14. 1-27). A vida cristã é aperfeiçoada pelas situações adversas da fé (lógico que não convém utilizar a nossa fé somente nos momentos aflitivos).
Na época da Reforma e da perseguição religiosa o tipo de pregação era que o cristão devia ser sofredor. Já no século XX, a referência era a confissão positiva, ou seja, tudo tem que dar certo, “é só vitória” (jargão). Criando uma teologia errada e concebendo uma patologia emocional, levando ao abandono da fé e desconfiança total em Deus e em sua Palavra.
Muitos acabam se esquecendo que o cristão está inserido no mundo e nele permanecerá enfrentando os mesmos desafios do dia a dia sem privilégios. Na oração sacerdotal, Jesus não pediu ao Pai que tirasse seus discípulos do mundo, mas que os livrasse do mal (Jo. 17.15). Portanto, fique certo disso: “Que as adversidades são inevitáveis, mas também não são invencíveis. Basta estar seguro em Cristo”. Já disse o Mestre que neste mundo teremos aflições (adversidades), mas tende bom ânimo (Jo.16.33).
“A Graça e a Paz, o Amor e a Misericórdia de Deus seja contigo”
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* Reverendo Francisco Braga é Teólogo Reformado, Capelão e Embaixador da Paz no Brasil