Nas últimas décadas, em todo o mundo a psicoterapia psicanalítica teve com grande incremento, dado que a compreensão analítica de certas patologias que anteriormente foram consideradas fora do âmbito do campo de ação terapêutica da psicanálise, veio a mostrar-se útil.
Freud propôs que a terapia psicanalítica pode ajudar a desvendar as raízes dos vícios e promover a cura emocional. Ele ainda enfatizou a importância de enfrentar os conflitos internos e trabalhar para resolver os traumas emocionais subjacentes aos vícios.
Sugeriu que a abstinência não é suficiente para esperar os vícios, mas sim a compreensão e resolução dos problemas emocionais subjacentes. Freud também enfatizou a importância da autoconfiança e do autocontrole para superar os vícios.
É importante ressaltar que qualquer atividade ou substância pode se tornar um vício se a pessoa perder o controle e a capacidade de parar, prejudicando sua vida e bem-estar.
Seja o vício em comida ou em uma droga, o mecanismo é o mesmo: o acionamento bioquímico do sistema de recompensa do cérebro, liberando cargas de dopamina, proporcionando a sensação de bem-estar e prazer.
O problema é que, com o estímulo contínuo, o organismo se adapta à droga ou hábito e começa a precisar de mais e mais para obter o mesmo efeito, que é chamado de síndrome de tolerância.
Por sua vez, quando a pessoa interrompe o uso ou reduz a quantidade, surgem sintomas físicos e psicológicos (síndrome de abstinência).
Para a psicanálise, os vícios ou as compulsões estão diretamente ligados a busca pelo prazer a todo custo, não só por satisfação, mas por tentativa de conter angústias.
Ainda neste texto, irei abordar alguns vícios que estão inseridos na sociedade moderna.
Os três maiores vícios do ser humano, em termos de impacto e prevalência, são geralmente considerados: o álcool, drogas ilícitas e o tabaco.
Embora muitos outros vícios possam causar problemas significativos, esses três tendem a ter o maior impacto na saúde individual e na sociedade como um todo.
O álcool é amplamente consumido e aceito socialmente, mas também é a substância mais prejudicial, com potenciais consequências devastadoras para a saúde física e mental, além de causar problemas sociais como: desestruturação familiar e criminalidade.
Drogas ilícitas: drogas como heroína, cocaína e o carck são conhecidas por seus altos níveis de vício e efeitos prejudiciais à saúde, incluindo crises de abstinência graves.
Tabaco: o tabaco, contendo nicotina, é uma substância altamente viciante e prejudicial à saúde.
O consumo de tabaco está ligado a diversas doenças graves, como o câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares.
Vícios ligados à práticas ou atividades
Mais e mais pessoas desenvolvem vícios que não estão ligados a produtos, mas a certas práticas como: Vícios em trabalhos, redes sociais, jogos, sexo, alimentos, crenças e etc.
As crenças vem da origem do sentimento religioso, a regressão esquizoparanoide e a paranoia escatológica.
É o vício em procurar desvendar todas as ideias místicas e esotéricas que envolvem seu bem-estar material, sentimental e espirituoso.
A compulsão sexual também é um vício, incluindo a masturbação compulsiva.
A prática de uma atividade viciante torna-se uma real obsessão para os indivíduos que fazem de tudo para fazer aquilo
Qualquer tipo de vício tornando-se em dependência, é de ordem psicológica, mas pode ter consequências sérias, seja qual for o tipo.
Por isso, ao menor sinal, a terapia psicanalítica pode ajudar a desvendar as raízes dos vícios e promover a cura emocional.
* Francisco Braga é Psicanalista Especialista em Ansiedade e Depressão, Psicoterapia, Neuropsicofarmacologia e CID, Gestalt Terapia, Psicologia Hospitalar, Psicologia Aplicada à Reabilitação, Pós-graduando em Neuropsicanálise e Pós-graduando em Saúde Mental.