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Terapia psicanalítica e o Transtorno de Personalidade Borderline
Não se sinta sozinho
Por Psican. Francisco Braga
Publicado em 30/11/2025 13:04
Saúde Mental
Transtorno de Personalidade Borderline

TPB significa Transtorno de Personalidade Borderline - CID F-60.3 é uma condição de saúde mental complexa que causa instabilidade intensa em emoções, autoimagem e relacionamentos.

 É caracterizada por impulsividade, medo de abandono e dificuldade em controlar a raiva, podendo levar a comportamentos autodestrutivos. 

 

·         Instabilidade: Indivíduos com TPB experimentam oscilações emocionais intensas, o que afeta a forma como se veem e se relacionam com os outros.

·         Impulsividade: Comportamentos impulsivos e falta de planejamento são comuns, pois as ações são frequentemente motivadas por sentimentos intensos.

·         Medo de abandono: Há uma sensibilidade acentuada ao medo de ser abandonado ou rejeitado, o que pode levar a esforços extremos para evitar essa sensação.

·         Relacionamentos turbulentos: A instabilidade emocional e o medo de abandono frequentemente resultam em relações interpessoais intensas e caóticas.

·         Comportamentos autodestrutivos: Crises emocionais e comportamentos como autolesão ou tentativas de suicídio podem ocorrer.

·         Outros transtornos: É comum a coexistência com outros problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e transtornos alimentares. 

O que fazer se suspeitar de TPB:

·         Procure ajuda profissional: O primeiro passo é consultar um profissional de saúde mental para um diagnóstico adequado e orientação sobre tratamentos eficazes, como psicoterapia, medicamentos e apoio multidisciplinar.

·         Não se sinta sozinho: Com tratamento e acompanhamento adequados, é possível levar uma vida satisfatória. 

 

A psicanálise oferece uma abordagem para entender e tratar o Transtorno de Personalidade Borderline, focando na instabilidade emocional, nas relações interpessoais e nos mecanismos subjacentes ao transtorno. O tratamento psicanalítico pode ajudar a melhorar a qualidade de vida do paciente, embora exija um preparo técnico especial do terapeuta devido aos desafios na relação terapêutica. 

Contribuições da psicanálise para o TPB:

·         Compreensão aprofundada: Ajuda a entender os mecanismos psicológicos complexos por trás do TPB, como a angústia pela perda de identidade e a dificuldade de lidar com emoções intensas.

·         Foco na relação terapêutica: A interação entre terapeuta e paciente é central para o tratamento, permitindo trabalhar a relação de transferência e contratransferência.

·         Intervenções terapêuticas: O tratamento pode envolver estratégias como o manejo das transferências, a comunicação empática, a contenção e a criação de um ambiente terapêutico estável.

·         Exploração da fronteira: A psicanálise aborda o TPB como um estado-limite entre a neurose e a psicose, explorando a complexidade dessas estruturas psíquicas. 

Desafios e considerações:

·         Manejo da contratransferência: Pacientes com TPB podem despertar reações emocionais intensas no terapeuta, sendo crucial o manejo da contratransferência para o sucesso do tratamento.

·         Adaptabilidade da técnica: A psicanálise tradicional pode precisar ser adaptada. Em alguns casos, evitar interpretações e o uso da associação livre pode ser necessário, exigindo maior preparo do analista.

·         Diagnóstico no processo: Na abordagem psicanalítica, o diagnóstico pode ocorrer durante o tratamento, pois o foco principal é o funcionamento do paciente e a relação terapêutica.

·         Revisão e debate: Existem debates dentro da própria psicanálise sobre como classificar e tratar o TPB, com abordagens contemporâneas tentando integrar as observações clínicas à teoria psicanalítica. 

 

Assim, pessoas com esse transtorno podem enfrentar desafios significativos em suas vidas, incluindo no ambiente de trabalho.

No trabalho, os sintomas do borderline podem afetar a capacidade de uma pessoa de desempenhar suas funções de forma consistente e eficaz. Isso pode incluir mudanças de humor repentinas, comportamentos impulsivos e dificuldade em lidar com situações estressantes.

Por conta desses desafios, pessoas com transtorno borderline podem ter direito a benefícios previdenciários, como o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez ou assistenciais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS) conforme art. 20, da Lei n. 8.742/1993.

O auxílio doença é concedido quando o segurado está temporariamente incapaz de trabalhar por mais de 15 dias, conforme art. 59, da Lei n. 8.213/91. Já a aposentadoria por invalidez é destinada aos casos em que a pessoa não possui mais condições de trabalhar e/ou praticar sua atividade habitual definitivamente, cf art. 42, da Lei n. 8.213/91.

Em todos os casos, é necessário ter um laudo médico que comprove a doença e passar por uma perícia realizada pelo INSS a partir do pedido.

 Caso seja comprovada a incapacidade para o trabalho, a pessoa com transtorno borderline pode ter direito ao auxílio-doença, que é um benefício temporário pago enquanto durar a incapacidade. Porém, se a incapacidade for permanente e total, a pessoa pode ter direito à aposentadoria por invalidez.

Portanto, deve-se ressaltar que cada caso é único, e o processo para obter benefícios previdenciários pode ser complexo. É fundamental contar com o apoio de profissionais especializados, como advogados especializados em direito previdenciário, para orientar e auxiliar no processo de solicitação desses benefícios.

* Francisco Braga - é Psicanalista, Neuropsicanalista, Especialista em Saúde Mental (ansiedade e depressão), Neuropsicofarmacologia e CID, Psicologia Hospitalar, Psicologia Aplicada à Reabilitação e TEA - Transtorno do Espectro Autista.

Contato: 21-97401-8603

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